Dysvagando



quarta-feira, janeiro 30, 2002


LUGNET - Uma rede internacional de usuários de Lego. Não se trata de um grupo de crianças, são adultos ao redor do mundo que criam e escrevem grandes engenhosidades sobre Lego. Existem ainda dicas semanais no "Cool Lego Site of the Week".

Achei por acaso no interessantíssimo blog em inglês "imperial doughnut". Nesse post achei os sites da semana sobre Lego e nesse outro algo ainda melhor, refilmagens. Dentre elas Holly Grail do Monthy Phyton e The Matrix. Na verdade são só algumas fotos de algumas cenas chave, mas vale a pena.


Vale uma visita mais minuciosa e comentada. Marcelo Cabral.



terça-feira, janeiro 29, 2002


Vejo o tempo passar e envelheço. Sei precisamente quantas semanas fazem que não corto as unhas, basta olhar quão grande estão. Em 28 dias crescem um centímetro, em duas semanas estão no tamanho ideal para serem cortadas, e em uma semana ainda estão curtas demais.

No meu corpo, ainda não pesam os anos, apenas algumas semanas, e os meses em que vi crescendo aos poucos meus cabelos. Também os dias, às vezes semanas, em que cresceram os pelos no rosto. Mas sei que aos poucos ainda pulso. Talvez só aos 24 anos comece a envelhecer, morrendo talvez, dia após dia... Sempre com as unhas e os pelos crescendo.

Meço o tempo também através dos olhos que precisam de lentes novas a cada seis meses, dos pés que necessitam calçados novos de tempos em tempos, das roupas que com o passar dos meses rasgam-se, desbotam-se, veêm surgir buracos, manchas, descosturam-se.

Não me atormentam os segundos e seus intermináveis e imutáveis centésimos. Incomodam-me as semanas que sempre terminam e que marcam-me dia a dia sem que eu veja, sem que as cicatrizes se aflorem.


Duas maravilhas da internet. A Bíblia em Lego e Star Wars com letras e números em ASCII Animation! O último achei no Pensagens, o outro não me lembro mais.



segunda-feira, janeiro 28, 2002


Um site de filme que tenta ser a transposição da idéia das telas para a linguagem html. Amnésia, ou Memento.

Tudo acaba como no filme. O início é a explicação de tudo. E às explicações, seguem-se os fatos, sem que haja um flashback para o passado.


Satisfazendo a minha própria curiosidade... a letra completa de Come Sail Away.

I'm sailing away, set an open course for the virgin sea.
I've got to be free, free to face the life that's ahead of me.
On board, I'm the captain, so climb aboard
We'll search for tomorrow on every shore
And I'll try, oh Lord, I'll try to carry on

I look to the sea, reflections in the waves spark my memory
Some happy, some sad
I think of childhood friends and the dreams we had
We live happily forever, so the story goes
But somehow we missed out on that pot of gold
...


E o final psicodélico...

I thought that they were angels, but to my surprise
They climbed aboard their starship and headed for the skies
Singing come sail away, come sail away
Come sail away with me
...




Duas versões para uma mesma música "mela cueca"... Styx.


Original e com Eric Cartman do South Park.




domingo, janeiro 27, 2002


Há uma certa violência cerceando as liberdades de cada um de nós. Um mundo livre e cada dia, mais câmeras dizem-me que sou visto, meus passos marcados. Protegidos contra o óbvio o inimigo visível que se distingue dos demais pela aparência, ou talvez protegidos pelo medo que tenta se impor àqueles que pretendem praticar um ilícito.

Mas o medo da punição quando passa a ser tão restrito a àreas com um segurança noturno, ou infestada de câmeras, apenas cria nos cidadãos comuns um medo real, uma busca por refúgio atrás de paredes, de portas. Quando suficiente deveria ser uma portinhola e janelas de vidro. Tudo selado, para que não saisse de dentro a ar refrigerado pelo condicionador.



quarta-feira, janeiro 23, 2002


John Denver diz que tem as malas prontas e irá partir. Quanto a mim, sou eu que desta fico. Não vejo a partida, nem me despeço como gostaria. Algo que não sei onde se manifesta, incomoda-me. Tenho a mente torpe por sentir uma saudade de algo que não tive, ou uma ânsia de viver mais um pouco de novo e diferentemente de tudo que se passou.

Fecho os olhos, não durmo e acordo de um sonho onde morri. Um tiro no peito, senti explodirem-me as vísceras tudo escureceu. Acordei, com medo de abrir os olhos. Senti-me vivo sem tocar-me, levantei e segui a vida.

Ao som da "Peleja do Diabo com o Dono do Céu", depois de ouvir John Denver, "Leaving on a Jetplane".

A versão do Me First and the Gimme Gimmes.

Ps.: Fã Clube John Denver.


Muitos são os fatores, os fatos que me governam. Hoje se não li o jornal, desinformado estou, governado pela ignorância. Tendo lido o diário matutino, sei do que se passa, mas não tenho tempo para pensar. Não posso refletir se leio tudo.

Entre a alienação e o conhecimento intenso, vejo o que me cerca e leio somente as palavras mais chamativas aos meus interesses, lendo textos desnecessários, sendo enganado por uma manchete ardilosa todos os dias, sigo.

Mas sentando sozinho na janela do ônibus, penso... Mais que tudo, olho, assisto a tudo.Buscando informar-me não do que me dizem, mas do que simplesmente sinto ao redor e assim sigo. Às vezes cego, por vezes manco ou com algum membro dormente. Levanto, caminho e vou, e isso durante todos os dias da semana.



terça-feira, janeiro 22, 2002


Primeiro o barulho forte, o contato brusco contra a mureta, um susto. correria, uma fumaça branca que circunda o Volkswagem Golf, o cheiro da borracha queimada no asfalto, e depois, a porta arrombada, dois air-bags murchos e um jovem desacordado dentro do carro. A arrogância dos que tem dinheiro e fazem questão de mostrá-lo, somada a doses demais de álcool e grandes goles de imperícia, um carro destruido e um grande reboliço na madrugada.

Sigo tonto, tremo, os sapatos molhados de óleo derramado causam-me medo, tenho pouco controle sobre os pedais que manuseio com os pés, troco de sapato, fico tranquilo, sigo meu caminho, ileso.

As chapas de aço azul retorcido, uma roda solta do eixo dianteiro, a porta arrombada, o vidro ao lado do motorista quebrado e os air-bags, tudo me lembrou morte. O jovem desacordado, imóvel, presumidamente respirando, parecia morto. Vivo, mostrou-se bêbado, arrogante, confuso devido ao brusco encontro com a mureta que sofreu. Segui minha vida até penosamente conseguir dormir.

O último pesadelo da noite acordou-me. Levei um tiro no peito, disparado a esmo, outros acertaram toda a casa e o último veio de encontro ao meu peito, senti-lo explodir, preencheu-me a escuridão do que pensei ser a morte mas aos poucos vi que estava vivo e tinha acabado de acordar. Rememorei o sonho e aturdito levantei-me e segui adiante, rumo ao fim do dia, já que ainda pulsava em mim a vida que sonhei ter bruscamente perdido.

Até que a morte do meu corpo me separe, eu vou vivendo. Com conflitos, sem conflitos, mas respirando sempre. Até que tudo ao meu redor pare, ou talvez até que simplesmente não existe nada ao meu redor a não ser uma certa penumbra escura, uma imensidão que nem ao menos pode me comprimir o peito aflito.



segunda-feira, janeiro 21, 2002


Conto mínimo no Evasão de Privacidade hoje dia 21: Às vezes, quando a insônia comia fundo minha carne, saía para caminhar. Atravessava dois quarteirões. Chegava à praia. Sentava num banco e sentia o ar. Cheiro de vida. De ostra. O mar tem cheiro de Deus.

As ondas tem cheiro de Deus e de madrugada, o mar tem um vapor, quase invisível, que torna nublada a luz dos postes, molha os carros estacionados, mais do que simples sereno, a condensação da noite, é a massa de água, misturada ao ar que nos circunda, que traz consigo não só o cheiro de Deus vindo do oceano, mas a sensação que mesmo a água, translucida, quando no ar, flutuando, dá-nos uma visão turva. Talvez valesse uma foto, as ondas do mar e a lua, o vapor, mas é certo que muito mais completo é a sensação do mar, quando ele chega sem ser percebido e faz-se presente para todos os sentidos.


É. Será mesmo uma terapia. Especialmente porque não será preciso tratar com seres humanos".

Notícia no NO. Jovem de 18 anos sofre abuso sexual dentro de um trem do metrô lotado, com aproximadamente 8 pessoas por metro quadrado dentro do vagão. Nem sempre a necessidade faz o ladrão e a oportunidade cria um criminoso. Uma arma na mão e um pouco mais de tensão sexual acumulada, podem fazer com que um homem perca o controle.

Um estado de guerra talvez se aproxime, ou apenas um alarmismo incessante que nos faz buscar cada vez mais notícias tenha tomado conta. Mas definitivamente há algo de errado com o Brasil, com o eixo Rio-São Paulo ou com o mundo, quem sabe até com todas as alternativas acima.

Existem áreas na cidade que não se pode circular, pois lá as regras são outras. Existem pessoas demais que desconheço que tem muito pouco, e cada vez mais o círculo dos que tem se fecha ao meu redor, evidenciando quão pequena é a parcela da população que vive em condições similares às que me acostumei e tratei sempre como natural. Pais com curso superior e um futuro talvez incerto mais com um diploma na mão e alguns milhares de reais na conta bancária todo o mês.

A informalidade impera, talvez não tanto quanto na Cuba dos anos 90 de Pedro Juan Gutiérrez, mas ainda assim, sobreviver para muitos, quem sabe até para poucos é talvez algo próximo demais da selvageria.

Cidades lotadas e um poder público inoperante, algo mais do que simples falência do Estado, ou de modelo econômico ou seja lá o que for. A Argentina com seu Deus nos acuda certamente se encheu de milionários com dólares nas Caymann nos últimos tempos e aqui, não há de ser diferente.

Mais NO. aqui com Sérgio Abranches e "A falência da autoridade."



domingo, janeiro 20, 2002


Louis Armstrong e sua versão traduzida de "La Vie en Rose"...

Hold me close and hold me fast
The magic spell you cast
This is La vie en rose


Assim começa a letra e termina com um pedido para pelo coração e a alma da amada... para que a vida seja rosa... Feliz, boa talvez... Certamente uma vida rosa passa mais leve e necessita de uma companhia adequada. Mas o mundo parece ter muito mais vermelho cor de sangue, ou talvez um preto avermelhado, cor de sangue coagulado, ou quem sabe até um preto muito escuro, cor de asfalto. Mas o por de sol pode sempre ser rosa, ou pelo menos, dependendo da praia onde se esteja, pode sempre ser belo.

E a Lele, com seu blog desatualizado desde 29 de novembro talvez tenha deixado de ter uma vida assim tão rosa, ou simplesmente cansou de contar toda a sua vida. Mas nesse post ela escreveu o refrão da Edith Piaf e forneceu links para a letra completa e para o tradutor.

"La vie en rose" torna-se "Life Pink" e Edith Piaf torna-se Edith Pardal.



sábado, janeiro 19, 2002


O tempo parou, até que 12 horas depois, acordei e ele voltou a andar.



quarta-feira, janeiro 16, 2002


As cidades, como os sonhos, são construídas de desejos e medos, não obstante o fio de seu discurso ser secreto, suas regras absurdas, as perspectivas enganosas e cada coisa esconde outra.

Italo Calvino, As cidades invisíveis


Não se trata de acidente aéreo, simples terrorismo, ou matanças desenfreadas. Trata-se de Enya, embalando frases e fotos, num show de slides lento, e que dá uma grande tristeza, só pela música. Todo o resto, é simples anti-americanismo, de certa forma um grito para o nada, querendo demonizar a hegemonia, essa sempre ligada à barbarie. Segue o endereço.

"Adoro o cheiro de Napalm de manhã, faz-me pensar em.... Vitória"



terça-feira, janeiro 15, 2002


Muitos incautos tem procurado por Acidentes Aereos no Google e caído aqui.

Resolvo eu digerir um pouco daquilo que achei por ai e adicionar mais recursos aos curiosos. Primeiro pelo Observatório da Imprensa que sobre tem esses acidentes basta digitar a palavra mágica e até a data de hoje 322 ocorrências. Desde Mamonas Assasinas até o pobre infeliz que foi cuspido de dentro de um avião da TAM.

As referências no Observatório são mais secundárias, citações em textos sobre vários assuntos, principalmente em relação a repercursão. No Estadão, "Acidente Aereo" tem 518 ocorrências dentre as da primeira página duas merecem menção honrosa: "Qual a utilidade das caixas pretas dos aviões?", que na verdade falava sobre um documentário do Channel Four a ser transmitido por alguma TV a Cabo brasileira; o outro é mórbido como alguns outros, "Aviões se chocam no ar em Mato Grosso."

Muitos informações circulam e cada post com links parece sempre incompleto, um dia, quem sabe, um dia, todos eles mereçam ser alongados, ou até mesmo divididos e multiplicados, até lá, cada um busca aquilo que mais lhe interessa, de maneira meio perdida.


São milhões de pessoas que vivem no Rio de Janeiro. E com certeza, milhões dessas cruzam-se diariamente e às vezes mais de uma vez.

Na estrada, dirigindo em ritmos diferentes, vários quilômetros indo devagar e alguns poucos de estrada vazia, ou nem tanto, testando os limites, forçaram-me a ver os mesmos carros duas, três vezes, fazer parte da estrada e do fluxo que ela representa, vários veículos, que cruzam. Passam pelos mesmos pedágios, alguns abastacem nos postos de gasolina, outros param para um lanche e assim aos poucos se cruzam se esbarram e seguem. É assim na principal via do país, a Dutra, mas não é diferente em todas as outras, algumas mais, outros menos vivas.

Da mesma maneira que uma estrada como a BR-116 é quase que um organismo vivo, também é o metrô, e principalmente as ruas e seus milhares de pedestres. Uma fila de banco, é muito mais um organismo social do que um ser vivo, mas ainda assim. Um ambiente menos expresso, mas ainda sim, circulante. Muitas pessoas, pagamentos, saques, depósitos e uma jovem com a mão enfaixada, que se inscreve em algum concurso público. Noventa reais. Essa mesma moça, deve morar em Botafogo, pois estava ela voltando já no final da tarde, para o mesmo bairro onde foi ao banco logo cedo.

Fazendo um cálculo aproximado, para se conhecer um milhão de pessoas, gastando 30 segundos com cada uma seriam necessários mais de 8 mil horas ou umas 200 semanas 8 horas por dia, num total de 4 anos, sem férias, só com os fins de semana. Depois de todos esses cálculos, ou melhor já tendo todos esses cálculos imaginados na cabeça e olhando aquela mesma garota que horas antes encontrei na fila do banco, pensei que definitivamente, andando pelo Rio de Janeiro e sempre pelo Rio de Janeiro e sempre basicamente nos mesmos lugares, é possível imaginar que de vista cada um conheça e seja conhecido por milhares de outras pessoas e talvez nunca se lembrem disso. A não ser em situações mais óbvias, como com os outros "habitantes" dos mesmos lugares que se frequenta.



segunda-feira, janeiro 14, 2002


Dormi de novo fora da minha cama, até gosto, faz com que eu me sinta distante da normalidade, ou de uma certa normalidade. Melhor foi percorrer mais de 1000 km por nada, só para passear, conhecer o ABC Paulista, dormir no sofá e voltar.

Mas a vida talvez seja apenas uma aventura, ou mais do que isso, uma grande farça. Mas por enquanto, resta-me apenas imaginar, sonhar e idealizar. E é através das janelas dos prédios do outro lado da rua, alguns mais altos, outros da mesma altura, que visualizo micro-universos que não me dizem respeito e sobre os quais nada sei. Apenas olho numa manhã de sábado, pessoas passando na sala, sentando-se a mesa, enquanto eu, estou perdido em pensamentos, considerações delicadas demais que espero resolver, para poder ser feliz, me divertir, ou apenas quebrar a cara e amadurecer.

Até que tudo se resolva, resta-me passear, trabalhar, beber, farrear, para trabalhar, passear, farrear e tudo o mais, não nessa ordem e talvez em nenhuma outra.

E o post que me fez lembrar algumas dessas viagens.


Pinceladas perdidas de dois blogs que visito. Evasão de Privacidade e Idéia Ordinária.

Primeiro algo um pouco mais "duro" no Evasão do dia 5 de janeiro.

COMENTÁRIOS IDIOTAS PARA CLICHÊS IMBECIS:

'Os cachorrinhos têm sentimentos.'
Víboras assassinas também.

'Eu amo meu gato como se fosse meu filho.'
Que vida horrível seu filho deve levar.

'Falta diálogo na nossa relação.'
Você quer um namorado ou uma caixa-de-voz?

'Somos incompatíveis.'
Você quer um namorado ou um plug de tomada?

'Te vejo como amigo.'
Minha querida: sexo só nos aproximará ainda mais.

'Você é muito imaturo.'
Esta é uma desculpa absolutamente infantil.

'Vai doer mais em mim do que em você.'
Mas eu não quero que você sofra, cara.

'O que é que eu faço para ficar com você?'
Empunhe uma arma.

'Em termos de música, eu gosto de todos os tipos.'
Aliás, você sabe o que é música?

'Eu te amo.'
Como você consegue falar com essa coisa enorme na boca?

***


De certa forma uma homenagem a pessoas que conheço, conheci, ou conhecerei. Depende da frase.

Agora essa colagem, merece em si, mais um post.

Uma luz acende do outro lado da rua. Gosto do vento daqui, estou curtindo essa sensação esquisita, deixar que o prédio da frente ocupe toda a minha janela.
Não sei se minha presença incomoda meus vizinhos e nunca achei que eu ia estar me perguntando tal coisa. A luz apaga, acho que foi só alguém indo beber água.

(...)

Estico os dedos de meus pé, não há dúvida que andar descalço na terra ia me fazer um bem danado.


Um spam alerta... Verdade, mentira, pouco importa. Mas com certeza sem dúvida alguma sem um jornal que noticie um acontecimento o fato nunca aconteceu. A busca quase inscosciente, ou nem tanto, pela fama onde todos mergulhamos acaba causando uma certa deformação de caráter. Existem sempre os que querem ter algo a contar para serem notícias entre os amigos, ou que fazem questão de explodir o mundo como forma de reconhecimento, seja qual for esse pequeno mundo. Mas prevalece o fato de que o mundo é feito de miseráveis e vivedos, nós os privelegiados, numa falsa bolha de prosperidade. Bolha muito mal vedade diga-se de passagem.

NO DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 TAMBÉM 35.615 CRIANÇAS MORRERAM DE FOME

Vítimas, segundo a FAO: 35.615
Loca: países pobres do planeta
Edições especiais nas televisões: zero
Artigos na imprensa: zero
Mensagens de presidente: zero
Convocações de unidade na crise: zero
Manifestações de solidariedade: zero
Minutos de silêncio: zero
Celebrações em memória das vítimas: zero
Fóruns sociais organizados: zero
Mensagens do papa: zero
Bolsas: seguem normais
Euro: reerguendo
Nível de alerta: zero
Movimentação de exércitos: nenhuma
Hipóteses sobre a identidade dos criminosos: nenhuma
Prováveis autores do crime: países ricos
Fonte: http://www.wesak.net Vale d´Aoste - Itália


Pequenas curiosidades quase "mórbidas", satisfeitas na Internet. Graças ao Will já sei um pouco mais sobre o elemento químico que para mim era apenas uma palavra com um som divertido. O endereço tem muitas informações acerca desse elemento químico tão misterioso, ou talvez nem tão misterioso.

A primeira definição sobre o elemento me inspiraram a pensar em um horóscopo dos elementos. Misturando as caracteristicas dos isótopos, dos nomes em grego e tudo mais. Quem sabe não dá certo, afinal somos todos regidos por energias que desconhecemos.

The name dysprosium is derived from the Greek word "dysprositos," meaning hard to get at. In many ways this lesser known, somewhat mysterious element is true to its name. It is difficult to isolate and limited in its uses. Fortunately, this website will reveal the wonder of dysprosium, and answer any dysprosium related questions.



sexta-feira, janeiro 11, 2002


Não mais falando de saudade, como Pedro Juan, mas de amor e com Carlos Drummond no Wonder Years.


Satisfazendo a minha própria curiosidade e principalmente "matando a saudade" da química do segundo grau que desapareceu do meu cotidiano...

Dysprosio. Foi em 1886 que o francês Paul-Emile Lecoq de Boisbaudran descobriu esse elemento. Agora resta saber de onde veio a inspirarção para o nome... o actinídeo Einstênio, de 1952 nos Estados Unidos tem um nome bastante claro em relação a quem o descobriu ou foi homenageado com o nome do metal.


Sem frases a fazer, transcrevo um parágrafo. Pedro Juan Guitérrez e sua "Trilogia Suja de Havana".

Ainda não aprendi. E desconfio que não aprenderei nunca. Pelo menos já sei algo valioso: é impossível me desligar da saudade porque é impossível me desligar da memória. É impossível se desligar daquilo que se amou.


Será?... Mas é melhor a continuação...


Tudo isso estará sempre junto conosco. Sempre teremos tanto desejo de refazer o bom da vida como o de esquecer e destruir a lembrança do mau. Apagar as maldades que cometemos, desfazer a recordação das pessoas que nos prejudicam, remover as tristezas e as épocas de infelicidade.


Qualquer dia, mesmo muito após o tempo ter passado, os fatos terem se tornado confusos, de algum lugar obscuro, surgem as cicatrizes antigas. Feridas fechadas, limpas, mas marcadas, algumas fundo demais, em algum lugar da memória. Só se esquece aquilo que verdadeiramente é ausente, e só pode ser ausente aquilo que não trás ressentimentos.


>>>> Mais sobre memória, nos posts sobre o filme Amnésia.



segunda-feira, janeiro 07, 2002


Quando tudo parar de funcionar, todas as máquinas, os homens, o mundo. Tudo estando parado, basta reiniciar, apertar "reset" e salvar a tudo e todos. Fosse tão simples, seria também a vida feita de inícios sem meios, fins sem nexo e continuações sem início. Não havendo opções, segue-se, até que um dia a energia se acabe se esvasie e siga novos caminhos. Até lá vivemos todos, ano após ano.



quinta-feira, janeiro 03, 2002


Não choveu, ninguém morreu. Algumas previsões se cumpriram, outras não. E o grande fracasso dos fogos na praia de Copacabana pouco importou, afinal não é o risco da morte, ou animação da festa de comemoração que justifica ou qualifica um ano inteiro que está por vir.

Pelo menos não estava entre os "sortudos" a bordo de um cruzeiro no mar em frente a princesinha ou pior, um dos afortunados que alugou um apartamento ou pagou rios de dinheiro por uma festa na avenida Atlântica.

Até que o ano termine, que sejamos todos um pouco mais felizes.



terça-feira, janeiro 01, 2002


Tenho fome, mas não tenho sono. Quando tenho sono perco a fome, resta ainda enorme o medo, que me consome enquanto espero. Não veio a fome, se veio passou. O sono tão rápido, esvaiu-se. Restou-me, já tão cedo, algo sem nome, que insisto em chamar de medo.