Dysvagando |
segunda-feira, janeiro 21, 2002
Conto mínimo no Evasão de Privacidade hoje dia 21: Às vezes, quando a insônia comia fundo minha carne, saía para caminhar. Atravessava dois quarteirões. Chegava à praia. Sentava num banco e sentia o ar. Cheiro de vida. De ostra. O mar tem cheiro de Deus.
As ondas tem cheiro de Deus e de madrugada, o mar tem um vapor, quase invisível, que torna nublada a luz dos postes, molha os carros estacionados, mais do que simples sereno, a condensação da noite, é a massa de água, misturada ao ar que nos circunda, que traz consigo não só o cheiro de Deus vindo do oceano, mas a sensação que mesmo a água, translucida, quando no ar, flutuando, dá-nos uma visão turva. Talvez valesse uma foto, as ondas do mar e a lua, o vapor, mas é certo que muito mais completo é a sensação do mar, quando ele chega sem ser percebido e faz-se presente para todos os sentidos.
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