Dysvagando |
terça-feira, janeiro 15, 2002
São milhões de pessoas que vivem no Rio de Janeiro. E com certeza, milhões dessas cruzam-se diariamente e às vezes mais de uma vez.
Na estrada, dirigindo em ritmos diferentes, vários quilômetros indo devagar e alguns poucos de estrada vazia, ou nem tanto, testando os limites, forçaram-me a ver os mesmos carros duas, três vezes, fazer parte da estrada e do fluxo que ela representa, vários veículos, que cruzam. Passam pelos mesmos pedágios, alguns abastacem nos postos de gasolina, outros param para um lanche e assim aos poucos se cruzam se esbarram e seguem. É assim na principal via do país, a Dutra, mas não é diferente em todas as outras, algumas mais, outros menos vivas. Da mesma maneira que uma estrada como a BR-116 é quase que um organismo vivo, também é o metrô, e principalmente as ruas e seus milhares de pedestres. Uma fila de banco, é muito mais um organismo social do que um ser vivo, mas ainda assim. Um ambiente menos expresso, mas ainda sim, circulante. Muitas pessoas, pagamentos, saques, depósitos e uma jovem com a mão enfaixada, que se inscreve em algum concurso público. Noventa reais. Essa mesma moça, deve morar em Botafogo, pois estava ela voltando já no final da tarde, para o mesmo bairro onde foi ao banco logo cedo. Fazendo um cálculo aproximado, para se conhecer um milhão de pessoas, gastando 30 segundos com cada uma seriam necessários mais de 8 mil horas ou umas 200 semanas 8 horas por dia, num total de 4 anos, sem férias, só com os fins de semana. Depois de todos esses cálculos, ou melhor já tendo todos esses cálculos imaginados na cabeça e olhando aquela mesma garota que horas antes encontrei na fila do banco, pensei que definitivamente, andando pelo Rio de Janeiro e sempre pelo Rio de Janeiro e sempre basicamente nos mesmos lugares, é possível imaginar que de vista cada um conheça e seja conhecido por milhares de outras pessoas e talvez nunca se lembrem disso. A não ser em situações mais óbvias, como com os outros "habitantes" dos mesmos lugares que se frequenta.
Comments:
Postar um comentário
|