Dysvagando |
terça-feira, julho 30, 2002
Outra noite, sem algo mais
Por que deixo-me viciar no seu cheiro. Justo agora, sinto forte Não a fumaça dos cigarros que me matam Sinto intenso seu cheiro E aos poucos, o pouco da sua pele Vou relembrando Toques esparsos, Perco-me no meu próprio mundo E o perfume que intenso sinto Foi o que em mim mesmo passei Até amanhã, Até outro fim de semana Ou até o dia de ter-te em meus braços segunda-feira, julho 29, 2002
Galhardetes em postes
Em 1998 iniciei timidamente a campanha de arrancar galhardetes dos postes. Não houve alma viva que não visse e aprovasse a atitude minha e dos meus amigos. Chegamos até a sermos ajudados pelos garis da madrugada que passavam com um caminhão de lixo pela orla da Lagoa. A Comlurb não pode remover os galhardetes até o fim do processo eleitoral. Quanto a mim, trabalho com a seguinte regra, se os candidatos podem pagar alguém e usar desordenadamente o patrimônio público para se promoverem, eu também posso por livre e espontânea vontade me dispor a LIMPAR o patrimônio público. Basta na maioria dos casos um pouco de força num puxão bem aplicado e pronto, menos um galhardate, é só procurar a lata de lixo mais próxima e ir tirando outros até cansar. Já tive algumas idéias de como remover de maneira mais eficiente a publicidade em postes e quem sabe um noite dessas não me dedico a sair pelas ruas fazendo o que o TRE não autoriza a Comlurb a fazer. Por enquanto, apenas fico na superfície do problema, tentando me sentir melhor por fazer uma parte mínima. Analog Kid de novo e sua campanha para que não se vote em quem emporcalha as ruas.
Uma boa notícia não conferida
Analog Kid informa: Falando em rádio, a partir de 2 de Agosto a Fluminense vai voltar para o lugar onde ela não deveria ter saído: 94.9 MHz FM (dial original da maldita, hoje ocupado pela jovem pan). Até lá continua a programação no 540 AM, com chiado e não pegando em alguns lugares do Rio. Gostaria apenas de saber onde saiu essa informação. Quanto a atual maldita AM, é excelente de ouvir no carro. O incompetente que instalou o rádio de alguma maneira possibilitou que as rotações do motor sejam amplificadas pelas caixas de som quando se sintoniza qualquer rádio AM. Dá pra se sentir um piloto de stock car numa pista de rally que é o asfalto do Rio.
Conexões
Quem diria que poesia rima com grosseria.tk. - Blig do CEP 20.000 - Site Oficial do CEP 20.000 - Um pouco de Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto homenageado pelo Centro Cultural.
O Passado, cumplicidade e solidão
Refiz memórias através de escritos antigos. Talvez seja esse o maior prazer de escrever, sentir de novo aquilo que passou, além disso, fazer do leitor cúmplice. Maior solidão não há, do que cercar-se de informações, estímulos e até de pessoas, e ainda assim, sentir-se vazio, sem tocar em nada. Para não deixar vazios, surgem os erros, excessos, ansiedades e desesperos. Sem o sangue chinês de Buda, resta o fervor do sangue mouro, espanhol, português, índio, negro e algum outro por vezes esquecido de fora. Longe do oriente e sua vida zen, resta-nos o caos de uma cidade e um mundo em conflito. De certa forma, estamos todos, minimamente, unidos... sábado, julho 27, 2002
Uma procura
Indo atrás de quem procurou por mim, dois blogs, para eu não esquecer e visitar outras vezes. - Wowblog do Nando. Com frase de T.S. Elliot e o último post com Albert Camus. Além de muita coisa sobre o novo disco do Max de Castro, Orchestra Klaxon. - Blowg da Marina. Carioca vizinha de bairro. Tudo por causa de uma pesquisa no Google. Uma frase achada no Blowg. "A única coisa de que me orgulho, é meu nome ter aparecido nas palavras cruzadas do New York Times. Duas vezes. Uma vez, no 17 horizontal. Outra, no 21 vertical" Billy Wilder, ganhador de seis Oscar.
Parece Vera Loyola que também saiu no New York Times. Mas por um motivo muito menos, o aniversário de sua cadela de estimação, uma grande festa de arromba que recebeu destaque em diversas colunas sociais.
Ford Mustang
Ele existe eu sei, é para todos os efeitos o carro dos meus sonhos. Sabia apenas a placa. No Detran, soube mais. Ano e modelo 1966, documentação em dia. Capacidade para 5 pessoas e modestos 115 CV de potência. A cor branca eu mesmo vi, e as linhas, toda a beleza de um Ford, massificado, igual a outros milhares, ainda assim, irresistivelmente sedutor. Um eterno jovem aos 36 anos. CONSULTA AO CADASTRO DE REGISTRO E LICENCIAMENTO DE VEÍCULOS Nesta consulta estão alguns dados do veículo pesquisado: proprietário (nome incompleto), placa, chassi, marca, ano e modelo, cor, espécie/tipo, categoria, combustível, município de emplacamento, último licenciamento e observações (restrição judicial, alienação fiduciária e comunicação ou informação de venda, caso haja).
Sobre táxis e memória
Viver no interior com toda a sua família na capital implica em eventualmente ter de chegar à Cidade Maravilhosa através do caminho mais intenso. O Terminal Rodoviário Novo Rio. Toda a sua sujeira, seus excessos de improvisos, maladragens e desorganizações tão peculiares ao Brasil. Além da mais perfeita noção do que é a massa do país, a rodoviária carioca também tem como personagem em evidência os seus taxistas. Não deveria ter nem ao menos seis anos. Idade de onde a memória é difusa, o mundo, os tetos das casas, os carros, tudo grande e espaçoso. Uma mãe e um casal de filhos, malas o cansaço de cinco horas de viagem num ônibus. Serra, rodovia Presidente Dutra, Avenida Brasil, e finalmente a Rodrigues Alves. Seu canal de esgoto, as passarelas imundas, o prédio do estacionamento e finalmente o barulho do freios dos ônibus. Todos agora em pé, numa fila no corredor para saír e esperar as malas. Aeroportos e rodoviárias são apenas pontos de chegada e nunca destinos finais de nada. Não existia à época uma organização dos taxistas com preços abusivamente fixos e uma fila ordenada. Eram dezenas de "carroças" da industria automobilistica nacional confusamente espalhadas na saída do setor de desembarque. Quase sequestrados por um táxi, uma mãe, quarenta anos, uma filha de nove anos, um filho de cinco. Não apenas desonesto, o motorista discutiu, desentendeu-se com outros, na briga pelos passageiros. A difusa memória infantil trouxe até hoje apenas o susto. A agressividade dos homens ao invés da solidariedade daquele que nos seguiu e salvou. Gostaria de lembrar-me do que fui salvo, e como exatamente. Restou-me apenas um certo ódio por taxistas. Mas dos anos recentes, vim trazendo outras memórias. Os absurdos pagos a taxistas de luxo, a primeira namorada e sua preferência pelo ônibus ao invés do táxi e por fim, motorista eu, testemunhar diariamente as barbaridades cometidas pelos diversos veículos "amarelo java" nas ruas da cidade onde vivo. segunda-feira, julho 15, 2002
À procura da Luz
Ao invés de pão, água ou um abrigo, desabrigados italianos procuram a Igreja por devoção a Virgem Maria com a tomada mais acessível para carregar o celular. O comentário do padre italiano traduzido para o inglês da Reuters: "They come here because they don't have a house. The church is their house and letting them charge their mobile phone is a bit like giving them a glass of water,"(...).
Perdidos numa internet cega
Mesmo sendo incompreendido pelo O Globo Daniel Pádua parece ter realizado de maneira diferente, meu sonho de existir um nyc blog nacional. Sua ferramenta, o Blogchalking busca unir os blogueiros vizinhos. Pena que de nada deve servir para ajudar o meu caso. O Google está de ostracismo e não atualiza esses escritos faz tempo e o DayPop sabe que existo apenas através do blo.gs
O Segundo Poema
Natimorto, o primeiro Sobrou pouco, Num segundo foi-se tudo. Saudades, sem ressentimento Uma esperança, Carinho, sem destino certo Genérico. Adeus? Pois assim seja Apagam-se números Uma cicatriz Menor o tempo, Menos profunda Logo, morrem as mágoas. Pequena a dor, Algumas horas. There you are, in my car, But we don't drive very far. To the beach, out of reach Sheila Nicholls - Fallen for you Uma moça desesperada, apaixonada em fantasia. Fantoche de si mesma, por uma paixão não correspondida. Quanto a mim, fantasio menos. Certas dores, grandes e velhos rancores, sem tempo para pequenas decepções. sexta-feira, julho 12, 2002quarta-feira, julho 10, 2002
Sobre sexo, relacionamentos, ônibus, táxis e putas.
A idéia está pronta, os pensamentos presos, daqui a pouco chegarão, vieram de lotação. (...) continuação do pensamento: Sexo pode ser como andar de ônibus ou como andar de táxi. Cada quilômetro tem seu preço tabelo, e cada minuto preso dentro do táxi o mesmo preço. Ao final, pagou-se por tudo, sem levar nada apenas chega-se a um destino de maneira mais rápida. Não dá para sentir a cidade, nem que seja os engarrafamentos. Por vezes nem ao menos se conquista nova amizade de apenas uma viagem. Num ônibus pode-se sempre passar desapercebido, não perceber ninguém. Ou talvez, perceber a cidade ver a gente que se locomove, com pressa, com medo, com destino certo ou que apenas passa, sem ver nem ser visto. Mas a cidade está nos ônibus e seus caminhos longos, com as constantes paradas, pessoas esperando no ponto. Não se pega o caminho mais curto, nem o mais rápido ou o atalho com menos trânsito. Mergulha-se a fundo nas principais vias, onde todos querem estar, ou das quais querem sair. Tendo táxis e ônibus, existem também as prostitutas (mulheres da vida), e as moças (talvez mulheres pra vida). Os homens gastam dinheiro com ambas, de forma direta ou indireta com basicamente os mesmos fins. Um jantar, um presente especial, terminando a noite na cama de casa ou de um motel, roteiro básico. Uma entrada, um whisky, o quarto e o "cachê" da "massagista", outro modus operandi. Sob condições normais, em ambas as situações o homem chegou ao gozo, de certa forma seu destino. Mas a interação, o controle e o preço em dinheiro da satisfação com a prostituta é comparável ao táxi. Entrar tem seu preço, e pelo tempo exato paga-se um quantia pré-estabelecida. Chega-se mais rápido, por um caminho livre e desempedido direto ao ponto. Talvez com uma breve conversa e o isolamento de um quarto com um único propósito e uma altíssima rotatividade de pessoas, nuas. Através de mulheres que não vendem seu sexo, mas apenas oferecem sua companhia a quem for do seu agrado pode-se também chegar ao gozo. Paga o homem um preço pela companhia, como uma tarifa de ônibus. Pode ser frescão, um restaurante ou motel fino, ou algo mais simples. Mas a tarifa e o conforto quem escolhe é o passageiro pagante. Mulheres amadoras fazem sexo quando lhes convém e quando são convencidas por meios paralelos que não simplesmente o poder econômico do companheiro. Sendo assim, não é preciso pagar todas as vezes. Sendo uma concessão não é necessário pagar sempre que se quer chegar de um lugar ao outro. Existe também a possibilidade de se locomover de carro, ou buscar prazer sozinho. Mas isso é outro tema. É sempre melhor optar pelo transporte coletivo, concessão do poder público a quem quer que se habilite. Existem os ônibus, os metrôs, as barcas, até mesmo vans, kombis e microônibus. Alguns mais cheios com mais gente circulando, com mais demanda e oferta. As mulheres também são assim, umas mais exclusivas, mas sempre transportando ou disposta a transportar alguém e outras que por uma tarifa se chega longe, traçando um caminho comum a muitos. Naturalmente as prostitutas também podem ser rádio táxis, táxis de aeroporto, ter preços tabelados como na rodoviária. São universos paralelos do mundo capitalista onde oferta, demanda, custo-oportunidade, custo-benefício, todos os elementos das diversas teorias econômicas estão presentes.
Dormir, acordar, sonhar
Pesadas pálpebras levam-me a crer que tenho sono. Pisco os olhos, sigo dormindo para não querer acordar ou acordado sem querer dormir. Vivendo sem poder desistir, mas sem destino certo. Algo prende, o sono à cama, a vida aos dias. Dentre todos, coroa o domingo, o fim do que passou e o recomeço do ciclo interminado. Fim do dia implica na noite, no reiniciar que se segue. Horas pré-sono, uma certa tensão, tristeza, medo do recomeço, frustração com o inconcluso. Existe a grande noite massacrante que divide toda a semana e por isso um pouco de todos os dias. Acumula-se na noite dominical um pouco de tudo dos seis dias anteriores e dos seis que estão por vir. Aguentando mais um pouco, uma música, um beijo, um sonho acordado talvez algo se prolongue e diminua o disconforto cíclico. Simples seria em assim sendo. Outro dia quem sabe amanhã será dessa maneira que siga a lua o sol, que se cubram meus olhos atrás das pálpebras e girem com os sonhos. Acordado estará esquecido o sonho, viverá apenas o ciclo que alimenta engrenagens de máquinas que desconheço.
Sobre direção, automóveis e amores
Existe algo positivo em ficar preso no trânsito. O melhor sempre é a companhia de um bom papo. Alguém que te faça pegar o caminho mais longo, procurar sinais fechados, agradecer aos céus por obras na pista. Uma outro solução passa pelo fetiche dos cds e aparelhos de som automotivos. Ao invés de amigos, amadas ou simplesmente companhias, pode-se por uma soma em dinheiro adquirir prazer a qualquer hora para ouvidos necessitados. Um certo cd, pode fazer com que não se queira chegar ao destino antes do fim da música, enquanto certas pessoas pode-se caminhar ao lado, sem música, até mesmo sem palavras, depois de desligado o carro. E um veículo sem as vibrações do motor ou com os passageiros do lado de fora, deixa de exercer a sua função social. Vira apenas objeto inanimado que se exprime sem qualquer forma de diálogo, apenas gerando barulhos, fumaças. Desgastando tudo ao redor, sem repor. sexta-feira, julho 05, 2002
Quase rotina.
Fim de semana, sexta-feira. Chega a hora do pint de Skol, noite, cerveja e mulher. Dos pequenos vícios que herdei, acho que nenhum diz respeito ao álcool, mas sim ao açúcar. E doze passos, é melhor praticar em relação a mulheres começando por "hoje eu não vou pegar mulher feia". Mas se rolar de ser cafajeste, vale. Afinal já se fez um código de conduta.
Quase um anúncio grátis.
Callcenter é aquela estrutura desegradável, geralmente com sede em São Paulo, cheio de moças que falam um excelente paulistês. Mas existe uma solução simples e indolor de tirar dúvidas online. Os ouvidos agradecem.
Casa de tolerância
As pessoas vem, não sei nem se leêm alguma coisa e vão embora, sem deixar rastros... Não saberia fazer com faz a Paula, mas ainda assim, adoro saber que me procura. Um(a) universitário(a) no Japão o fez, gostaria de saber dessa pessoa da Kyushu University. Houve também visita do México. |