Dysvagando |
segunda-feira, outubro 29, 2001
Momento mágico do dia. A ida de ônibus para a faculdade.
Para começar que o lotação não demorou muito e apesar de terem várias pessoas em pé, haviam bons lugares vazios. E em pouco tempo o ônibus se esvaziou. Deixando de lado as por enquanto misteriosa vizinha e colega, o momento mágico foi outro. O trânsito de sempre no sinal para cruzar a Lagoa-Barra... e sem querer ou de próposito o motorista deixa o "carro" morrer...como o sinal está fechado e ainda vai demorar a abrir, ele deixa tudo desligado. Nada mais maravilhoso do que poder ouvir um certo silêncio e o barulho do motor dos outros carros em marcha lenta, ao invés das trepidações constantes e barulhentas do motor à diesel do coletivo. Um certo silêncio que apesar de não ser absoluto preencheu o ambiente... e serviu para que o dia fosse melhor a partir dali. Para completar houve também o grande vácuo de trânsito que causou um silêncio quase que completo na orla da Lagoa, mas esse é mais comum e o sol era levemente incomodo naquele horário. segunda-feira, outubro 22, 2001
"Foi-se com a minha última caixa de lenços a nossa última tentativa de ficarmos juntos"... Esbarrei com essa frase hoje. Por isso que é sempre bom guardar cartas de amor... No começo dá vontade de chorar só de pensar em ler juras de amor em uma despedida... depois chorasse até que tudo perca sentido... e ao fim... meses, muitos meses depois... tudo soa distante. Triste apenas... mas passou tanto entre o passado e presente que não existem mais sentimentos que sejam realmente para sempre.
Discordo de tanta coisa, luto ou lutei por algumas poucas... Mas às vezes, a realidade e os sofrimentos nos dizem que é melhor aceitar e seguir a vida. Queria muito discordar plenamente da música "to the one I love" do REM... mas parece realmente que todos somos passatempos para quem nos cerca e com quem nos envolvemos... Mas há de ser diferente... e ainda surgirão mais pessoas que não servem como passatempo mas que fazem o tempo passar melhor, cada vez melhor... sendo novo, sendo rotina, sendo belo, sendo medíocre... Com 20 anos não se pode perder a esperança... e pelo pouco que vejo, nem com 30, 40, 50, 60, 70 ou quantos anos quer que se viva. Uma homenagem ao amor intenso que às vezes dura tão menos do que o que queremos!
The Hedonistic Imperative
Só para eu não me esquecer... É bem antigo isso na minha lista de sites... nunca vi direito... domingo, outubro 21, 2001
Posso ver claramente agora que a chuva passou... Mas por que sempre volta a chover tão rápido?? Ou senão por que também o sol parece impedir-nos de ver claramente o que está à frente, acima, ou ao lado....
Manifesto EU ODEIO FRIENDS!!
Toda a conversa informal acaba caindo em "e o tal episódio de friends"... ou ainda "Olha só, aquele carinha parece com o furustreco do friends". Quem se importa?!? E porque diabos parece ser obrigatório saber tudo sobre a vida e a personalidade de personagens de um enlatado. Fazer comparações, traçar paralelos entre o que fulaninho(a) do friends fez e que nós mesmos fariamos... Ver televisão como forma de diversão é algo no mínimo bastante difundido, mas daí a ter como assunto recorrente obras de ficção tão pobres e em desacordo com a nossa realidade. Novela tem o mesmo esquema de ser um bom assunto, mas pelo menos ou elas são mexicanas (ou equivalentes), ou retratam algum aspecto da vida nacional. E depois os nossos eleitos querem tornar televisão algo que difunda a cultura e outras coisas mais... Entretenimento pode ser cultural, mas sinceramente esperar que um povo pouco letrado que luta o dia todo em tarefas inglórias se disponha a ver um documentário sobre a conjuntura nacional da França às vésperas de 1789, ou ainda biológico, químico, ou simplesmente chato. Agora todos podem ver o que for na TV, só não me venham comentar que a fulaninha do friends parece com a colega ao lado... ou senão que ela é muito gostosa, ou pior, que a piada tal que eles contaram foi irada... Existem tantos assuntos leves e que não acarretam a menor reflexão que são tão menos estúpidos... Perdi argumentos... Achei mais um... Maldita trilha sonora do friends e bandinhas de rockzinho anos 90 farofa que fazem o estilo "leve" que poderia muito bem fazer parte da trilha do friends... Pronto, acho que acabou... o problema só volta quando chega a hora em que todos parecem querer falar de friends!
Sacanagem, a boa e velha sacanagem... e por prazer... Vale a visita... mas vale tb esperar que uma eventual expansão de conteúdo.
quinta-feira, outubro 18, 2001terça-feira, outubro 16, 2001
Maldição!! E de novo esqueci de alimentar-me. Agora a boa é dormir mas não até tarde, dormir até bem cedo, ansioso para que o sol me acorde.
Aguardo, para que venha logo o sol, me tire do sono, me dê de volta a vida, que perco enquanto durmo. E acordado, veja de novo como é belo o futuro e como foi bom o passado, que não mais retorna, mas que deixou belas e felizes marcas... E quem sabe amanhã tudo não volte a ser bom como era antes... Resta esperar. Um boa noite e até lá, ou até nunca mais.
Ainda não inventaram a cura para erradicar essa coisa que faz as mulheres se apaixonarem por Alexandres Frotas causando desgosto agudo em amigos, parentes, filhos e principalmente os futuros maridos bonzinhos.
02 Testículo
Guerras são situações excepcionais nas quais o homem despoja-se da sua humanidade e admite coisas horríveis. Intervalos de civilização. Isto deve ser narrado. Com detalhes – sobretudo para desestimular repetições. Mas não deve converter-se em espetáculo. Circo tem limites.
Alberto Dines no Observatório da Imprensa
Sting já cantou que odiava dize-lo, mas provavelmente era ele. Ou algo assim. Isso pode ter vários sentidos, inúmeros. Agora no momento, tem um sentido reverso para mim. Odeio ver, mas não tem nada a ver comigo. Tentei, fiz, declamei, ouvi cuidei, mas não tem nada a ver comigo, não sou eu.
Cada qual tem seus problemas, conflitos, interesses, anseios, preocupações. Os meus pensei serem comuns, mas parece-me que o medo tomou conta, e odeio dize-lo, mas provavelmente independe de mim. Tenho só a agradecer, pois em uma semana fui contagiado por uma felicidade que não se extinguiu, e que tem tudo para se perdurar. Não me sinto incapaz, impotente diante dos fatos, mas ao contrário, com os brios altos e confiante no "poder" que tenho em mim mesmo. Ressinto apenas que a minha felicidade não tem sido devidamente capatada, e que uma insegurança, ou algo que o valha, tem dominado uma situação que acreditei ser duradoura. Em tão pouco tempo jamais teria feito tanto, sem sentir-me mentindo para mim mesmo e para o mundo ao meu redor, e ser sincero a si mesmo em determinados assuntos se não é doloroso, é ao menos extremamente difícil. segunda-feira, outubro 15, 2001
Uma música que vale pelo título, ilustra muito bem as últimas duas semanas. Build me up Buttercup. Ouço a versão do Save Ferris que tem em algum filme desses americanos bem babacas, aquele da Mary ou o primeiro American Pie talvez. Provavel que seja o "there's something about mary".
O quanto vale o que externo?
Uma mulher representa não o que se vê em roupas, mas o que transmite seu corpo. A qualidade mais importante não é a aparência externa, as roupas, os eventuais decotes. O mais importante são como os cinco sentidos reagem quando se está junto dessa mulher e como os sentidos dela reagem. O tato, o olfato, o paladar, a audição e por último o olhar, que às vezes é melhor que seja dispensado para que todos os outros sejam melhor aproveitados. Mas os cinco sentidos não podem resumir tudo que se sente. Todo o resto é a paixão que quando surge aliada aos cinco sentidos torna-se um forte vínculo. sexta-feira, outubro 12, 2001
Em uma semana, tanto pode ser lido, escrito, dito, pensado. Mas em um dia, uma hora, uma palavra talvez e tudo que foi passado e pretendia se alongar pelo tempo a fora, passou a sobreviver somente como memória. Espero que seja diferente, mas o que se sente não é mais a certeza de um futuro bom, mas a insegurança de um recomeço incerto, em aberto, sem futuro. Um até breve, onde cada um toma o seu rumo.
Quanto tempo dura a felicidade, até quando vai o eternamente? Para mim parece que foi tudo em uma semana. Tivesse sido um mês, só me lembraria do tempo e de contar os dias na última semana.
Essa semana foi mais curta, assim como será a próxima. A última longa semana, conteve tanta felicidade que por falta de opção, terá de durar por diversas semanas, ou que pelo menos me faça resistir vários dias. segunda-feira, outubro 08, 2001
O mundo do trabalho.
Há coisas contra as quais não se pode lutar, realidades acima de qualquer questionamento e que nasceram antes de todos nós e de todos a quem podemos nos relacionar. A luta pela vida está intrisicamente ligada à luta pelo dinheiro e pelo reconhecimento que esse trás. Mesmo que não tem dinheiro para viver, vive do dinheiro, salvo as exceções naturalmente. Desde o mendigo na rua que pedindo esmola ganha mais do que muito trabalhador honesto, até os ricos capitalistas que ganham dinheiro simplesmente pelo fato de estarem respirando, tudo gira ao redor desse deus secular. Tem-se a quase que ingênua esperança de que o ataque ao templo do deus dinheiro em NYC possa trazer algum abalo na fé que o mundo ocidental tem no seu verdadeiro deus. Grande erro. Ainda assim, mesmo que o tudo gire ao redor de algo tão objetivo e raso, não é contra isso exatamente que se deve lutar. Mas contra o que? É certo nos conformarmos com a luta diária que todos passamos? Desde o escravo do capitalismo que advoga durante o dia, leciona à noite e chega diariamente em casa depois das duas da manhã, ao lacaio menos qualificado, que trabalha das onze da manhã às seis do dia seguinte com duas horas e meia de intervalo. Está certo que tenha que se pagar um preço tão alto pela sobrevivência diária? O mundo passou do estado de servidão ao da escravidão, e depois que interesses "maiores" proibiram a escravidão, chegou ao estado atual, da subserviência, onde o medo de que o grande deus dinheiro fuja de nossas mãos faz com que a única saída seja nos submetermos às regras impostas por uma conjutura incontrolável, imutável e que não se pode ao menos identificar os mentores, e/ou quem controla tudo. A independência não está em ter dinheiro, mas dentro de cada um. E por isso mesmo, até onde em se submetendo a uma conjuntura que nos agride, não estamos também perdendo a individualidade de sermos seres únicos e de olharmos para nós mesmos. Não são felizes os que têm todo o dinheiro do mundo, nem os que não tem nenhum, ou só o suficiente para a subsistência. Logo, a felicidade, assim como a independência não passa pelo dinheiro. De novo Buda e o "caminho do meio". Mas não é simplesmente esse o caminho. O mundo está lá fora, cada um dentro de si, então o melhor que se faz é olhar o mundo sabendo quem se é. sábado, outubro 06, 2001
Música eletrônica - FiberOnline
Meu mentor virtual nesse novo mundo musical. E só virtual, a real mentora é a Maravilha que é minha vida.
Já disse antes que uma semana é um intervalo de tempo perfeito, agora em sendo uma semana específica também um período no tempo simplesmente perfeito, fazem com que a felicidade seja inimaginável e acima de tudo quase que inacreditável. Dias bem resolvidos, seguidos uns aos outros e cheios de esperanças em relação ao futuro próximo e longínqüo. Foi só uma semana, mas foram dias que equivalem ao que não se consegue em uma vida inteira. Uma semana que em cada um dos dias, pode ser usada uma lição de vida fazendo com que cinco dias valessem 20 anos ou mais e que modificassem todos os anos ainda por vir.
Quase um título de novela mexicana: Uma semana que vale por uma vida! Como a vida não é novela mexicana, ainda, é necessário construir cada semana e não só as mais especiais, para que a felicidade dure até o fim de tudo.
Uma semana útil. De segunda a sexta, fatos, acontecimentos, sentimentos, sofrimento também. E em cinco, agora seis, dias parece que o mundo mudou. Será que tudo foi tão rápido? Ou será que a vida e seus mais de vinte anos passados, ensinaram que tanta coisa é possível e que ainda é possível ter certezas. É possível confiar nas pessoas, sem que se tenha que buscar os últimos detalhes, ou o completo histórico. A confiança também pode nascer não de um simples instinto, mas da maturidade que ensina a duras penas a diferença entre quem causa o bem, e quem sem querer, só consegue alcançar o mal.
Acho que o Rio de Janeiro continuará sendo a cidade maravilhosa que sempre foi, enquanto nos lugares mais inusitados ainda se ouvirem passáros pela manhã, em meio a selva urbana. São os pássarinhos, mas não só eles, que fazem a vida no Rio valer a pena. A vida quase que interiorana das ruas sem saída, ou até mesmo das secundárias. Não é um Rio antigo e preso ao passado, é um Rio moderno, confuso e dinâmico, que se faz carioca apesar do crescimento!
sexta-feira, outubro 05, 2001
O cansaço, a fome, às vezes, somente são percebidos quando as emoções permitem. O essencial é apenas respirar, agir, pensar, e todo o resto é secundário. Tudo fica em segundo plano no momento em que a maior vontade, não é a vontade de natureza fisiológica.
quarta-feira, outubro 03, 2001
Tudo parece tão azul, depois de ter alçado vôo o pássaro verde.
Tem cores verdes, tão intensas, que te fazem pleno, um voar solto, sem ser cego.
Os assuntos... conversar temas sobre os quais todos tem uma opinião é mole... Um pouco de boa vontade e já se está falando tudo sobre o crescimento do futebol no interior do estado de São Paulo, o que se deve fazer com o Bin Laden, ou ainda as modificações sofridas pelos carros nas últimas gerações....
Dialogo entre gerações.. poder unir quem tem pelo menos 50 anos a frente com quem 50 anos a mais vividos... O valor do antigo se mostra não só nas pessoas, mas em tudo que passou por elas, e de tabela, todos que se apresentarem a elas. Futuro, passado, em equilíbrio tudo torna-se presente. terça-feira, outubro 02, 2001
Pq fazer as coisas da maneira burocratimente certa é tão díficl no Brasil? Será que para registrar um simples boletim de ocorrência tem que se demorar 40 minutos.. São anotações, passar para um papel a caneta. Não é a toa que todos gostamos de cada um sair com o seu prejuízo, e danem-se os procedimentos burocráticos. Tirar uma maldita nota fiscal, o único meio de se controlar a arrecadação do ICMS... É tudo complicado demais, e acima de tudo, mesmo que os funcionários não estejam de má vontade, eles devem ser muito carentes. Pq cada registro de acidente de trânsito deve ser um mega evento para o encarregado, saber os detalhes, ser "juiz imparcial"... que vida movimentada eles devem ter... ao menos essa terça foi um bom dia com dois acidentes bestas sem vítimas... E surpresa... os dois envolvendo uma van (ou kombi).... Pude descobrir hj pq as vans que circulam na cidade andam sempre meio porradas... além de dirgirem mal, motorista de van tá sempre com pressa... e assumir o prejuízo quer dizer só consertar os pedaços que caíram!!
E de novo, chove... de novo acordei mais cedo do que gostaria... deve ter sido para ouvir a chuva. Pena que ela está lá fora... mas ainda bem que pude dormir seco.
segunda-feira, outubro 01, 2001
Sobre a chuva.
Existem as que fazem vc correr, se esconder, elas te perseguem... e existem as que vêm e te molham aos poucos... devagar. Hj choveu uma chuva lenta. Poucos pingos, que lentamente apareceram na roupa e foram molhando o chão. O asfalto da ciclovia aos poucos foi mudando de cor e ficando molhado. Era uma chuva que não se via e tão delicada que não dava vontade de correr, de se proteger. Fui aos poucos só sentindo o vento que vinha da minha esquerda carregar a chuva, e sentindo cada gota e cada sopro. Foi uma chuva que só me fez mais feliz, vai ver pq o dia de hj me deixou feliz!
ELEGIA 1938 (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo. Praticas laboriosamente os gestos universais, sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual. Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas, e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção. À noite, se neblina, abrem guarde chuvas de bronze ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas. Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra E sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer. Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina E te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras. Caminhas entre mortos e com eles conversas sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito. A literatura estragou tuas melhores horas de amor. Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear. Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota E adiar para outro século a felicidade coletiva. Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição Porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan. |