Dysvagando



segunda-feira, maio 13, 2002


- Blogs na wired.com. Uma nova revolução no jornalismo? Não sei... A matéria é de 18 de fevereiro de 2002, nada muito recente. A verdade é que não li até o final, mas um dia lerei, e fica aqui o link. Apenas confirmando que sou um entre muitos "wannabe writers" who were looking for "ego gratification ao manter um blog. Talvez escrever um blog seja ser intimista a ponto de esconder dos outros os melhores sentimentos.

Mais sabiamente disse Fernando Pessoa em sua AUTOPSICOGRAFIA:

(...) os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele
(poeta) teve,
Mas só a que eles não têm.
(...)


Como que mais me lê sou eu mesmo, sofro três vezes: pela dor que tive, pela que finji ter e a que prefiria ter evitado, mas não fui capaz. Mas o tempo passa e mesmo que nos lugares Onde pus a esperança, as rosas Murcharam logo. existem milhares de jardins, praças, cantos floridos e ruas secas ou alagadas. Uma cidade toda a ser sofrida, sentida e lembrada. Com flores, mudas, de rosas e de árvores.

Fernando Pessoa vicia e seu sofrimento fingido fica aqui concluído através de:

O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.


Fernando Pessoa, 5-9-1933