Dysvagando |
domingo, dezembro 02, 2001
A União Juventude Socialista Zona Sul (página em construção) estava na Lapa sexta feira a noite. Estavam divulgando o abaixo-assinado para tirar a polícia daquela região. Tinham como slogan "Rapa fora da Lapa" ou qualquer coisa que o valha. Fiz mal em jogar o panfleto fora, haviam grandes pérolas de militância infantilóide que não se pode levar naquele pedaço de papel. Assim como nos jornais também.
A justificativa "principal" para que os policiais fossem privados do direito de ir e vir na Lapa era basicamente porque a PM vem agindo no sentido de coibir o comércio informal na região durante a noite, comércio no caso representado por vendedores de cerveja, bugigangas neo-hippies e quem mais esteja atrapalhando o enorme fluxo de pessoas na rua que fica intransitável face ao número de frequentadores. A iniciativa de se manter tendas na rua com música ao vivo e músicos mostrando o seu trabalho é uma idéia que sem dúvida vale a pena ser defendida. Mas o que os jovens da UJS estavam propondo soa no mínimo inteiramente absurdo, expulsar a polícia de uma área de enorme concentração de pessoas, e chamar quem para fazer mininamente a segurança? Os flanelinhas, policiais sem farda que se auto-denominam de "seguranças" nas horas vagas, ou quem sabe até os traficantes que fornecem a matéria prima para os cigarros feitos na hora que os adeptos do reggae e de outros estilos gostam de fumar. E é essa a preocupação de um movimento que se denomina socialista? Defender o fim da repressão policial em nome de interesses que eles dizem ser o da interação entre universitários e as camadas menos letradas da população. Não há dúvidas quanto a democracia e excelente troca de idéias que acontece todos os fins de semana naquela região. Um espaço livre, mas centrado na diversão e ao invés de estimular o fim da polícia um grupo que se diz de esquerda e talvez por isso progressista, deveria se preocupar em debater o papel da polícia no Rio de Janeiro e questões um pouco menos "fechadas" e que realmente levassem a uma melhora mínima da sociedade.
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