Dysvagando |
segunda-feira, dezembro 17, 2001
Pensando sobre do fast-food universitário. Sem muitas divagações minhas, mas com colagens de idéias externas. E naturalmente a "personalidade central" do tema é o jornalista Carlos Eduardo Palhano que orquestrou a desmoralização completa do processo de seleção de universidades particulares na cidade do Rio de Janeiro. Por ser formado por uma dessas universidades "unidas para o lucro" naturalmente que Palhano não busca simplesmente demoralizar o ensino que recebeu. E no seu esforço pessoal de reflexão e moralização, montou o sítio Universidade em Pauta que aprofunda ainda mais o tema da sua monografia de fim de curso.
O texto no Observatório: Logro e simulação na indústria do ensino. Na busca pela otimização de seus resultados, tais empresas educacionais, tacitamente, abandonam o setor terciário e migram para o setor secundário da economia. Ou seja, deixam de vender um serviço, o ensino superior, e passam a comercializar um bem, o diploma de terceiro grau – cuja demanda é, realmente, muito maior. E essa venda, como reforça o autor, não é feita de forma clara, mas ao contrário, cria-se uma "simulação" onde o estudante é levado a crer que o diploma que está "adquirindo" irá dar a ele acesso a um mercado de trabalho cada vez mais disputado. Parte-se de um presuposto que os esforços na busca do diploma serão suficientes para enfrentar a realidade. Seguindo a colagem, temos a opinião de Victor Gentilli analisando não mais o fato, mas a repercussão e concluindo que: O Fantástico terminou confirmando o Observatório. Na mesma página links para outros escritos sobre o mesmo tema e a "famosa" entrevista do fundador da estácio ao jornal Folha Dirigida. O texto intitulado UM URUTU CHAMADO BRASIL no blog (não tão blog) Evasão de Privacidade baseia-se na repercusão do fato também e dirige críticas mordazes ao digníssimo fundador da Estácio, João Uchôa. E novamente está na conclusão uma certa síntese do que foi dito: Claro que há bons alunos na Estácio. Mas a Estácio não foi feita para eles. Aliás, a Estácio não foi feita para ninguém. Baseando-se nas declarações de seu reitor, a Universidade Estácio de Sá, tal como os animais irracionais, não se preocupa com outra coisa senão com sua própria existência: seu único aluno, portanto, deveria ser um urutu chamado João. A petulância, auto-referência e falta de profundidade estão presentes no texto do site do Fantástico. Realizou uma continuação da matéria da semana anterior onde foi usado o "método Palhano" de aprovação no vestibular. Dessa vez houve uma certa "sofisticação". Dois candidatos igualmente analfabetos, orientados a marcar aleatoriamente as questões de 'A' à 'E' em uma prova de seleção que não exigia dos "vestibulandos" sequer uma redação. Em uma colagem de opiniões publicadas durante a semana em jornais do mesmo grupo Globo e no O Estado de S. Paulo passando por uma avaliação matemática de Oswald de Souza a reportagem cria o alarme, assustando vovós e famílias inteiras Brasil a fora com o o absurdo de um processo de seleção que aprova todo mundo. As chances de uma pessoa acertar 51% das respostas é apenas uma em 941.548. Isto é', seria muito mais fácil jogar nove dezenas e acertar a mega-sena. Sempre a "matemática mega-sena" do Fantástico. E acima de tudo: A denúncia do Fantástico foi assunto nos jornais e revistas semana passada. A indignação de leitores e jornalistas foi grande no país inteiro. Apesar de muito ter sido escrito sobre o tema, acaba tudo virando tema de debates no país de analfabetos, sejam padeiros, empregadas domésticas e quantos outros. E sinceramente essa ignorância ao contrário do que defende o chefe do conglomerado Estácio, não é uma opção válida e nem tem com ser. Ignorância pode ser opção para ele e para jogadores de futebol e "artistas", não para o "povo".
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