Dysvagando |
domingo, novembro 04, 2001
Sexta feira fiz uma trilha pela Floresta da Tijuca. Saindo do Parque Laje cheguei com mais 2 amigos ao Cristo Redentor. Direto, sem escalas, sem pagar flanelinhas, sem ser extorquido por preços para turista cheguei ao monumento maior da cidade do Rio de Janeiro e um dos símbolos nacionais. O destino não era surpreendente, era até mesmo por demais conhecido, a vista, os arredores, tudo já tinha sido visto e revisto sendo que a primeira visita ocorreu a muitos anos atrás.
Desprezando-se o destino, ou melhor, dando menor importância ao destino, passa-se a valorizar a beleza do caminho e o que há de novo em conhecer uma maneira completamente diferente de se atingir um destino conhecido. Embrenhar-se na mata atlântica da cidade do Rio de Janeiro, sentir-se cansado, o coração pulsante em meio a uma imensidão verde ao som dos zunidos dos carros que cruzam a rua Jardim Botânico. E no meio da montanha, olhar para o céu e ver-se quase em meio às nuvens, sentir a luz do sol batendo em um ponto isolado, enquanto no resto do tempo ela não se deixa ver pela própria densidade das copas das árvores. Mas nada superar ver o Rio, emoldurado pro árvores, a beleza da lagoa, vista do meio da floresta, depois de tanto esforço. Chegam os trilhos, por onde passa o trem a mais de 70 anos. O cascalho, as dormentes, e o silêncio das linhas retas que se prolongam denunciando a proximidade com a civilização. Agora resta admirar a vista que tantos turistas apreciam ao passar. Sentrar num telhado de cimento e sentir a chegada das nuvens, a luz fraca do sol que cobre a cidade. E de pé, saudar com um olhar de satisfação os turistas que passam. Poder emoldurar-se na paisagem e ser verdadeiramente um nativo carioca, que se mistura a toda a beleza da lagoa e das praias da cidade maravilhosa.
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