Dysvagando



domingo, novembro 25, 2001


Às vezes é melhor divagar do que prosear, ou vice-versa. Há conversar a serem feitas, pessoas a se conhecer, e eu aqui falando sozinho. Para piorar sexta-feira dia 23 foi dia de não comprar nada (buy nothing day) e fazer protestos nos shoppings. Coisas do tipo juntar um grupo de amigos, por uma camisa escrita "a paz trabalha (funciona)" e ficar dando voltas ao redor de um shopping até as pessoas entenderem o recado.

Sinceramente acho que os sem teto que visitaram os templos do consumo aqui no Rio passaram uma mensagem bem mais clara contra o consumismo no mundo do que um bando de americanos em fila com camisetas iguais. A miséria não redime o homem, mas a exclusão quando se mostra é um tapa na cara bem mais eficiente do que qualquer outra tentativa.

Vale a conferida no link sobre as outras campanhas. Desde uma campanha para que as grandes corporações voltem a se submeter ao controle civil (Corporate Crackdown), até orientações de como reivindicar o espaço urbano de volta para os cidadãos (Reclaim Urban Space), passando pela semana sem televisão (Turn Off Week). Pena que as questões, resoluções e soluções propostas são americanas demais. Mas o controle dos meios de comunicação nas mãos de poucas famílias no Brasil é algo que deveria ser mais debatido e a campanha "Media Carta" se preocupa com essa concentração de poder midiático nos EUA.

Mas no Brasil não são só os meios de comunicação que são praticamente uma máfia, com políticos controlando o poder de radio difusão com autorização do governo federal. As concessões de ônibus, licitações de obras públicas, tudo parece ser uma grande máfia, com comissões de suborno variando sempre em torno dos 10%.