Dysvagando |
quinta-feira, novembro 08, 2001
O mundo aos 7 anos de idade.
Quisera eu puder lembrar de como era exatamente o mundo que me circundava nos idos de 1988. Mal me lembro das Olimpíadas de Seoul, suponho que elas fossem muito tarde e naturalmente vedadas a uma criança da minha idade por essa razão. Da Copa de 86 anos antes não me lembro de jogos. Vejo-me apenas consolado um amigo dizendo que dali a mais quatro anos viria outra Copa. Muita coisa aconteceu em 1990 na minha vida e na do Brasil, mas lembro-me de pouca coisa. O Brasil também foi eliminado da Copa da Itália com seu mascote de pequenos quadrados. Lembro-me do gol da Argentina, e mais do que isso da derrota dos nossos vizinhos para a empolgada seleção de Camarões. Grande festa. Existe tanto de Brasil que vem de tempos antes do meu é difícil ver a que país iremos chegar. Os filhos do plano real, hoje com sete anos ou um pouco mais, quem foi para eles Fernando Collor... Ainda não existe. Da mesma forma é difícil conhecer Tancredo aos 4 anos, ou as Diretas Já, ocorridas quando já era vivo, mas inexistente para mim até os anos 90. Aos poucos é possível ver aquilo que foi visto por aqueles que nasceram no início da década de 1980 ou próximo disso. Ao mesmo tempo assusta ver com o que cresceram e crescem as crianças dos anos 90, de plano real, de Fernando Collor, de FHC. Isso para não falar da esfera cultural, dos filmes e da televisão a que tem acesso os infantes de agora. Confesso que tenho medo do que se forma, como também tenho medo da responsabilidade que é ser responsável pela nova geração que está por vir e está por nascer e que aos poucos chega ao mundo, sedenta por crescer, por formar-se e por seguir além de meados do ano 2000. Não sei até que ano verei, mas o certo é que o tempo passará por muitos anos seguintes ao fim da minha existência e convenhamos que é bem provavel que o mundo ainda esteja habitado de uma maneira ao menos similar à que está hoje. Resta apenas a responsabilidade mínima que cada um com 7, 17, 27.... tem perante os que nasceram antes. Quando eu souber o que quis dizer com tudo isso eu aviso através desse mesmo meio de comunicação. Talvez seja o sentido da vida o eterno confronto de gerações, e aos poucos ver que pessoas nasceram e hoje são seres humanos "completos" na época em que muitos de nós já eram ou começavam a ser pessoas de verdade.
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