Dysvagando |
sábado, novembro 10, 2001
Dois pontos citados por Setti que tocaram em questões que já tinham passado pela minha cabeça ou que eu ouvi... A filha do Lula (Lurian) que na opinião dele decidiu a eleição de 1989 e também o fato de jornalismo diário estar se tornando algo dispensável.
"Lula tinha a filha Lurian. Usada de forma sórdida na campanha, a informação, que era correta e foi publicada numa reportagem perfeita do ponto de vista técnico e ético, acabou decidindo a eleição de 1989, a meu ver." A parte da história que eu soube é bem interessante. Fofocas do Planalto. Lula tinha essa filha de uma relacionamento anterior ao seu casamento e se separou da mãe da criança que desenvolveu um ódio enorme pelo presidente de honra do PT. Na época da campanha a mãe da filha de Lula procurou os assessores do candidato Fernando Collor de Melo para falar sobre esse caso "mal resolvido" e que ajudaria a causar uma má impressão sobre Lula nos eleitores. Lula já estava psicologicamente mais preparado para essa "bomba", mas não soube aguentar a segunda. Collor já tinha feito insinuações sobre um certo aparelho de som que Lula tinha comprado para a amante alguns anos antes. O comitê de campanha do PRN de Collor soube disso através de um "ex-amigo" de Lula, costumavam sair Lula, a amante, esse amigo e a sua amante (ou esposa), e agora esse amigo pessoal fazia parte da campanha do adversário e poderia fazer uso a qualquer momento de informações tão comprometedoras. Lula abalado pelas insinuações de Collor sobre as informações que detinha e também com a quantidade de pastas que este trouxe, fez um debate visivelmente pior do que o adversário. E além disso ainda houve o desserviço à democracia prestado por Roberto Marinho que autoritariamente mandou que se fizesse uma versão editada extremamente tendenciosa do debate final do segundo turno das eleições de 89. Eleições cujas pesquisas indicavam um empate técnico entre os dois candidatos. Por essas e outras que Setti definiu a reportagem sobre a filha de Lula como uma que ajudou a definir as eleições mais importantes do Brasil até então. Agora quanto ao "risco da irrelevância" que corre o jornalismo diário, sou também forçado a concordar. Cada vez mais os jornais todos ficam mais parecidos com a imprensa sensacionalista dos jornais que visam um público de mais baixa renda. Ou simplesmente jornais que visam o puro sensacionalismo barato. A falta de profundidade e de "conteúdo" que se vê hoje nos jornais os faz cada vez mais parecidos com o jornalismo televisivo. Jornalismo que atualmente parece não suportar qualquer espécie de reflexão tratando apenas de apresentar as manchetes ou de relatar os fatos.
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