Dysvagando |
terça-feira, novembro 20, 2001
Detesto o estilo Arnaldo Jabor e suas colunas e ou declarações nos jornais. Mas li a sua coluna hoje e o tema tem a ver com o que escrevi no último post.
O sexo já foi um comício e hoje é um mercado Diante desta orgia pública dos milhares de corpos malhados de moças pobres e esperançosas, nos sentimos mal comidos, insatisfeitos, certos de que há uma casta de artistas de TV e playboys que se dão melhor que nós. Todos somos otários diante deste harém movente de apresentadoras, modelos, malandros e heróis sem camisa. (...) Ninguém mais quer ser “sujeito”: todos querem ser produtos. Ninguém quer ser livre, todos querem ser mais usáveis, consumíveis. O corpo tem de dar lucro. Todo mundo quer ser coisa. Ser “coisa” é melhor, não sofre de dúvidas, conflitos, humilhações. Queremos ser BMW’s, aviões, lanchas de luxo, queremos ser desejados como um jet-ski ou um vestido da Daslu. Por vezes é bom ser "coisa" inconsequentemente agir sem tomar partido e sem pensar. Falar demais, dizer "verdades" a quem merece, e a quem não as merece. Mas depois volta tudo a ser como sempre foi e a confusão de tentar se adequar ao comportamento em voga, ou fugir dele, acaba apenas trazendo mais divagações e pensamentos perdidos.
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